ENTENDA MAIS SOBRE O PERÍODO DE TRANSIÇÃO EM VACAS LEITEIRAS

Durante as três últimas semanas do pré-parto e as primeiras semanas pós-parto, o gado passa de uma vaca não lactante gestante para lactante não gestante. Essa transição acarreta diversas mudanças nutricionais, endócrinas e metabólicas no corpo do animal, mudanças essas que podem promover diversos distúrbios de saúde nas vacas leiteiras.

O que acontece com o animal nesse período?

Durante a transição, podem ocorrer eventos como o desenvolvimento da glândula mamária, rápido crescimento do feto, a produção de colostro e o início da produção de leite, demandas que aumentam muito as necessidades nutricionais do animal.

Contudo, na prática o consumo de alimentos não segue as exigências das vacas, pois a ingestão de matéria seca cai expressivamente, como podemos observar no gráfico abaixo:

FIGURA 1. Consumo de matéria seca no período de transição de vacas leiteiras

Fonte: Educapoint

Um desequilíbrio entre a quantidade de matéria seca ingerida e a quantidade necessária resulta em um balanço energético negativo. Para reverter isso, o organismo do animal começa a mobilizar fontes alternativas de energia de suas reservas corporais. Esse comportamento predispõe a vaca a uma variedade de doenças relacionadas ao metabolismo, como a cetose.

Qual a importância dessa transição?

O período de transição é muito importante no ciclo de produção, pois é durante esse período que as vacas são suscetíveis a doenças que podem afetar o parto do animal, a lactação futura e seu desempenho reprodutivo. Entre as doenças que podem ocorrer no período de transição e prejudicam o animal, destacam-se a cetose e a esteatose hepática, a hipocalcemia (febre do leite ou febre puerperal), mastite, acidose, laminite e deslocamento de abomaso.

Além disso, esse período impacta diretamente na produtividade e lucratividade da fazenda, afetando a produção de leite e os custos com a saúde dos animais.

Sendo assim, é fundamental planejar processos destinados a minimizar os prejuízos transitórios negativos, a fim de reduzir a incidência e o custo com as doenças recorrentes. Este plano deve considerar principalmente o manejo nutricional adequado durante o pré-parto, afinal a restauração ou redução do balanço energético negativo é essencial.